Segundo a Wikipédia Confiança é o acto de deixar de analizar se um facto é ou não verdadeiro, entregando essa análise à fonte de onde provém a informação e simplesmente absorvendo-a.
Confiar em outrem é muitas vezes considerado acto de amizade ou amor entre os humanos, que costumam dar provas dessa confiança.
A confiança é muito subjetiva porque não pode ser medida, é preciso ter confiança em quem se confia para poder confiar, o que torna a confiança um conceito intrínsico.
Agora a minha visão de confiança......
Confiança nao é mais do que um conjunto de rebuçados que ao longo da vida vamos distribuindo pelos nossos amigos, inimigos, conhecidos, desconhecidos e outros.....
Este processo de distribuição torna-se deverás complicado, com alguns factores a criar pequenas dores de cabeça:
- Temos de ter sempre presente um principio fundamental desta distribuição: o número de rebuçados é limitado!! ou seja, depois de distribuidos os rebuçados (confiança) pelos confiados temos de proceder à gestão da coisa, por ex. para dar mais rebuçados a uma pessoa temos obrigatoriamente de tirar rebuçados a outra ou outras pessoas;
- A cor dos rebuçados: de facto dar um rebuçado de cor vermelha a uma pessoa que sempre vestiu de azul é complicado e torna-se necessário uma investigação sobre o tipo de relação que existe entre as duas pessoas;
- O sabor dos rebuçados: bastante importante e é aqui que começam os "tiros no escuro". Algumas cores são sugestivas dos sabores dos rebuçados, amarelo - limão, castanho - caramelo, lilás - frutos silvestres, mas vermelho - morango?? ou cereja??? melancia?? Agora imaginem o que é vocês estarem a pensar que estão a dar um rebuçado de morango, quando...... "isto é cereja!!! bbbbbrrrrrrr! detesto cereja!!" Aqui somos nós que ficámos mal vistos, a nossa confiança começa a ser posta em causa!
- O papel que embrulha o rebuçado...PERIGOSO!! o que preferem? transparente para detectarem a cor e terem um ideia do sabor ou papel branco com desenhos a esconder o interior e a provocar a surpresa??? Este facto define muito a relação de confiança: muito a esconder, nada a esconder! fica entregue a nós próprios a decisão sobre o tipo de relação que queremos ter.
- Pior do que o ponto anterior só mesmo os rebuçados com recheio, estes são conhecidos como "as facadinhas nas costas". Não sei quanto a vocês mas quando recebo um rebuçado de alguém fico bastante satisfeito e entusiasmado. Depois de saborear um pouco o rebuçado encontro o recheio - desilusão total, detesto rebuçados com recheio!! Qual o pensamento imediado nestes casos?? "Lixaste me uma vez, já não me lixas mais!!"
- Importante também é o facto de avaliar mos o que a pessoa faz com o nosso rebuçado: Xuxa ou trinca?? Se a pessoa vai xuxando no rebuçado que ofereçemos é bom sinal, é sinal que gostou e que o quer preservar. Se a pessoa trinca............ amigos o resultado final é destruição total;
- Muitas vezes a confiança(rebuçados) são também utilizados como os terapeutas para os momentos mais fragéis das pessoas em quem confiámos, ou seja, quando temos uma pessoa em quem confiámos que está a passar um mau bocado, deprimida, etc , etc temos a tarefa de a animar, voltar a fazer com que se sinta bem, nestes casos somos os chamados "rebuçados da tosse"
Fica aqui um caso brasileiro...
No âmbito desportivo também é preciso muita confiança e auto-confiança para se puder superar o grande número de adversidades ao longo da carreira.
“Uma pessoa que duvida de si própria é como homem que se alista no exército inimigo e aponta as armas contra si próprio. Ele transforma o seu fracasso numa certeza, ao ser ele próprio a primeira pessoa a convencer-se desse fracasso.”
Alexandre Dumas
Em que situações e qual a importância da confiança no desporto?
Vejámos alguns exemplos:
"Tenho confiança no meu trabalho" - Fernando Santos
"Alberto Pazos pede «personalidade e confiança» ao plantel do Marítimo"
"O guarda-redes Nilson mantém a confiança em alta."
"Novo motor aumenta a confiança de Raikkonen para Sakhir"
No desporto um simples momento pode alterar o estado de auto-confiança de um jogador e assim ditar o resultado final da prestação desportiva. Julgo que este facto está mais inerente ás modalidades individuais sendo a confiança um factor mais decisivo para as vitórias. O ténis sofre muito com isto e um momento marcante quer para o ténis quer para o próprio jogador foi o jogo de Gustavo Kuerten Vs Michael Russel em 2001, Roland Garros.
Guga conseguiu, neste jogo dos oitavos de final, adquirir um estado de confiança de tal forma elevado que ninguém o conseguiu "derrubar"!! Venceu o torneio, eliminando os seguintes jogadores: Yevgeny Kafelnikov - Juan Carlos Ferrero - Alex Corretja.
Ficam aqui algumas imagens dos momentos da viragem no estado de confiança de Guga:
3 comentários:
Bem...Não sei onde foste buscar a ideia para a analogia com os rebuçados, mas a verdade é que se encaixa perfeitamente!
Gostei!
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E já sabes que há sempre um rebuçadito ou outro reservado pra um certo bixo da coube... =P
Segundo a Wikipédia, no amor reside o sentimento de gratidão, instintivo, compaixão, doar-se sem a consciente intenção de esperar algum retorno. É o caso do amor oriundo da troca diária de afeto, tolerância, respeito e zelo, entre os cônjuges.
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Às vezes tenho idéias felizes,
Idéias subitamente felizes, em idéias
E nas palavras em que naturalmente se despegam...
Depois de escrever, leio...
Por que escrevi isto?
Onde fui buscar isto?
De onde me veio isto? Isto é melhor do que eu...
Seremos nós neste mundo apenas canetas com tinta
Com que alguém escreve a valer o que nós aqui traçamos?...
Alvaro de Campos
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Passo pálida e triste. Oiço dizer:
“Que branca que ela é! Parece morta!”
e eu que vou sonhando, vaga, absorta,
não tenho um gesto, ou um olhar sequer...
Que diga o mundo e a gente o que quiser!
— O que é que isso me faz? O que me importa?...
O frio que trago dentro gela e corta
Tudo que é sonho e graça na mulher!
O que é que me importa?! Essa tristeza
É menos dor intensa que frieza,
É um tédio profundo de viver!
E é tudo sempre o mesmo, eternamente...
O mesmo lago plácido, dormente...
E os dias, sempre os mesmos, a correr...
Florbela Espanca
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